sábado, 9 de abril de 2011

Professores e alunos fazem protesto no Palácio


“Pra Uece não parar, professor efetivo, já!”. Com a palavra de ordem, professores e estudantes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) protestaram, ontem, em frente ao Palácio da Abolição, novo local de trabalho do governador Cid Gomes.

Ao lado de representantes de outras universidades estaduais, os manifestantes exigiam audiência com Cid para reclamar da falta de professores efetivos, pedir concursos públicos e reivindicar melhorias na assistência estudantil.

Segundo relatório de 2009, somente na Uece faltam 222 docentes efetivos. “Hoje o número pode ser bem maior. Solicitamos um novo levantamento, mas a Reitoria ainda não repassou”, ressaltou a professora do curso de Serviço Social, Erlênia Sobral, vice-presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece).

A manifestação começou por volta das 10 horas, no cruzamento da avenida Beira Mar com Barão de Studart. Dezenas de estudantes, junto com os professores, caminhavam em direção ao Palácio da Abolição, com faixas, cartazes, apitos e narizes de palhaço.

A cada discurso, gritos de reprovação ao governador ecoavam pela via, que ficou interditada no sentido praia/sertão, entre a rua Deputado Moreira da Rocha e República do Líbano.

“É ou não é piada de salão. Tem dinheiro pro Aquário (Acquário Ceará), mas não tem pra educação”, repetiam, em coro. O estudante do curso de Geografia, Luciano Filho, 23, denunciava a falta de professores. “Os substitutos estão assumindo como efetivos. E quando precisamos realmente de um substituto não tem”.

Por volta das 11 horas, um grupo de 14 manifestantes foi recebido pelo secretário adjunto do Gabinete, Almircy Pinto. O governador estava em Juazeiro do Norte para participar da inauguração do Hospital Regional do Cariri.

Durante a reunião, a portas fechadas, o secretário adjunto ligou para Ivo Gomes, chefe de Gabinete. Ele prometeu que segunda-feira entrará em contato com o governador e marcará audiência com os professores e estudantes.

Greve
Segundo a professora Erlênia Sobral, a intenção do movimento não é deflagrar greve. “Fizemos toda a manifestação só para conseguir uma audiência com o governador”.

Ela conta que este ano a pauta de reivindicações já foi enviada para Cid Gomes e Renê Barreira, secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Educação Superior. Não houve resposta. “Vamos aguardar o Governo marcar a audiência. Caso não haja negociação, é possível uma greve”, alertou.


Onde
ENTENDA A NOTÍCIA

Após 24 anos, gabinete do governador voltou ao Palácio da Abolição. Ontem, o lugar foi palco de manifestação de professores e estudantes da Uece. Além de denunciar a carência de professores efetivos, eles pediam melhorias na assistência estudantil.




Gabriela Meneses
gabrielameneses@opovo.com.br
OPOVO 9/4/11

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