segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Paul Claval fala sobre a Geografia Econômica Contemporânea

Numa palestra bastante disputada, o Geógrafo Paul Claval falou na última quinta (27), aos alunos e professores do curso de Geografia da UFF em Niterói.
Com o título "Trajetórias e Metamorfoses da Geografia Econômica no século XX", o professor Claval recuperou o papel histórico desempenhado pela geografia econômica no contexto das ciências econômicas. Segundo Claval, "a geografia econômica ficou muito tempo isolada da economia e do resto da geografia. Ela se apresentava como uma descrição das atividades produtivas, dos fluxos de bens e de grandes mercados". Hoje, repensada a luz das novas associações: cultura e consumo, produção e circulação, flexibilização e metropolização, emerge uma geoeconomia que busca um olhar atento as decisões dos agentes econômicos e suas dimensões espaciais. "A sua ambição é de compreender as estratégias dos agentes econômicos num mundo onde as empresas jogam cada dia um papel mais importante". Baixe na internet texto de referência sobre a conferência pesquisando: Geografia Econômica e Economia.
Sobre Claval

Paul Claval (1932-) é um geógrafo francês, professor emérito da universidade de Paris IV-Sorbonne. Interessou-se pela Geografia económica nos anos 50, pelo trabalho de economistas espaciais, e trabalhou com diversas orientações da Nova Geografia durante os anos 60. A partir dos anos 70 dedicou-se à Geografia cultural, realizando diversos trabalhos considerados como pioneiros na disciplina, procurando sempre mais os processos económicos, sociais e políticos do que a descrição geográfica. Em 1992 fundou a revista Géographie et cultures, e em 1996 ganhou o prémio Vautrin Lud, um equivalente na Geografia ao prémio Nobel.
[Humberto Marinho, Niterói]

domingo, 23 de outubro de 2011

Lutiane Queiroz recebe prêmio de melhor tese de 2010 pela ANPEGE.


Com a tese de doutorado em Geografia “Vulnerabilidades socioambientais de rios urbanos. Bacia hidrográfica do rio Maranguapinho. Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará”, o ex-estudante da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Lutiane Queiroz Almeida, acaba de receber o Prêmio Melhor Tese 2010 da Associação Nacional de Pós-Graduação em Geografia (ANPEGE). A solenidade de outorga ocorreu, em Goiânia, durante encontro realizado pela ANPEGE, entre os dias 8 e 12 de outubro. Em 2007, o prêmio também foi concedido ao ex-aluno e ex-professor da UECE, Flavio Nascimento, atualmente docente da Universidade Federal Fluminense.

Lutiane Almeida, após concluir os cursos de Graduação e de Mestrado em Geografia, na UECE, foi aprovado em concurso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e agora, é professor do Departamento de Geografia daquela Universidade. A tese do professor Lutiane Almeida foi defendida, em 2010, no Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas/Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Rio Claro, São Paulo. O professor doutor Lutiane Almeida, ao informar sobre o recebimento da honraria declarou: "Sinto muito orgulho de ter sido aluno da UECE e espero que esse prêmio sirva de incentivo para os alunos do curso de Geografia e para os demais cursos"

A Tese

Em sua tese, Lutiane pesquisou os rios do Brasil, que são sinônimos de ambientes degradados, desvalorizados e negados pela sociedade. Explica que tais espaços se tornaram a alternativa de acesso à moradia para uma massa de pobres que não podem adquirir um espaço seguro na cidade. A junção de pobreza, habitação improvisada, pouca infraestrutura, com a ocupação de espaços expostos a perigos naturais, criou territórios de riscos e vulnerabilidades, que frequentemente coincidem com os ambientes fluviais urbanos.

Assim, definiu-se como principal proposta desta tese analisar os riscos e as vulnerabilidades socioambientais de rios urbanos no Brasil, tendo a bacia hidrográfica do rio Maranguapinho, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza – RMF, Ceará, como área de estudo de caso para compreensão das inter-relações das vulnerabilidades sociais e exposição aos riscos naturais, principalmente os riscos de inundações.

De acordo com pesquisas realizadas, professor Lutiane chega a conclusões de que há fortes coincidências entre os espaços susceptíveis a processos naturais perigosos, como é o caso das inundações – processo natural atrelado à dinâmica dos rios e de suas bacias hidrográficas, e os espaços da cidade que apresentam os piores indicadores sociais, econômicos e de acesso a serviços e infraestrutura urbana.

Fonte / Informações:
Lutiane Queiroz de Almeida
Prof. Dr. Depto. de Geografia – UFRN
Natal, RN, Brasil

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

USP vai investir R$ 5 milhões em ensino prático


Verba é destinada apenas à graduação e deve ser aplicada nos laboratórios dos cursos.


A Universidade de São Paulo (USP) lançou um projeto especial voltado para os laboratórios da graduação. A instituição vai investir uma verba de R$ 5 milhões para que os cursos desenvolvam a integração da teoria com a prática.

Com o novo programa, a ideia da universidade é melhorar a interação entre professores da USP e permitir que os alunos, junto com os docentes, desenvolvam projetos de pesquisas de relevância científica. Além disso, a USP quer que os cursos se autoavaliem e discutam suas práticas atuais.

O programa se chama Pró-Inovação no Ensino Prático de Graduação (Pró-IEP) e faz parte da política de valorização da graduação que a universidade está implementando. É a primeira vez que uma quantia tão grande de dinheiro é destinada à área.

"É o primeiro projeto da Pró-Reitoria de Graduação em que a concessão da verba não está vinculada proporcionalmente com o número de matrículas das unidades", afirma Telma Zorn, pró-reitora de graduação. "É um investimento no perfil típico da pesquisa que alguns cursos têm em potencial."

Segundo ela, o projeto é essencial no preparo dos alunos de graduação para o mercado de trabalho. "Não é possível formar um profissional apenas com a teoria", explica Telma. "A USP precisava dar um passo nesse sentido e isso tudo custa caro."

A verba será dividida por dez projetos de melhoria e inovação dos laboratórios dos cursos. Cada projeto deve custar, no máximo, R$ 500 mil. Eles serão selecionados por uma comissão constituída pela pró-reitoria de graduação e por membros externos ao Conselho de Graduação (CoG) - provavelmente, pró-reitores de outras universidades. As unidades interessadas devem inscrever seus projetos até meados de dezembro. Em fevereiro, os selecionados devem ser divulgados.

Oportunidade - Para os cursos que têm diversas disciplinas que dependem dos laboratórios, o projeto da Pró-Reitoria de Graduação é um bom começo. Os professores ressaltam que, sem os laboratórios, os alunos não têm como realmente praticar o que foi ensinado - como é o caso da área de saúde.

"A habilidade manual e o atendimento ao próximo são treinados dentro dos laboratórios", afirma Atlas Edson Nakamae, supervisor técnico e científico dos laboratórios da Faculdade de Odontologia da USP. "É neles que ocorre o preparo do aluno para lidar com o público e com procedimentos cirúrgicos complexos, que demandam muita responsabilidade."

Além do preparo do profissional para o mercado de trabalho, os professores ressaltam o aspecto acadêmico dos laboratórios para a graduação. "É nesse ambiente que se dá a pesquisa e o desenvolvimento científico, além proporcionar o conhecimento interdisciplinar para os estudantes", diz Carlos Zibel Costa, professor do curso de Design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

Informatização - O investimento nos equipamentos tecnológicos dos laboratórios, de acordo com os docentes, é outro ponto de extrema importância para os cursos. "Temos sempre de estar nos atualizando e o uso de novas tecnologias é de extrema importância para isso, para os docentes e especialmente para os alunos", diz Kazuo Nishimoto, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica.

Os docentes dos cursos de graduação destacam que as aulas que ocorrem nos laboratórios reforçam a relação entre os professores e os estudantes.

"A interação é muito maior que em sala de aula", diz Jurandyr Ross, professor titular de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). "Quando o aluno vê a aplicação de tudo que aprendeu, ele se empolga." Ross destaca que, apesar de o curso ser da área de humanas, o uso dos laboratórios é intenso por conta, por exemplo, das imagens de radares e satélites.
(O Estado de São Paulo)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

LANÇAMENTO

Tornou-se uma verdade acadêmica dizer que a sociedade é um espelho do seu espaço, assim como o espaço é um espelho da sua sociedade. Mas pouco se fala sobre o que é isso na realidade brasileira. Neste livro, Ruy Moreira, um dos mais importantes geógrafos do Brasil, aplica essa perspectiva de modo teórico e metodológico para fazer um traçado da sociedade brasileira a partir das condições espaciais que a paisagem do país apresenta. Seguindo uma linha temporal, o autor descreve e analisa essas paisagens e movimentos sociais históricos a elas relacionados, mostrando como o arranjo espacial determina as bases estruturais da sociedade.