quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Protesto de professores de universidades estaduais tem passeata e confusão

Diário do Nordeste 07/112013
Professores, servidores e estudantes de universidades estaduais realizaram protesto nesta quarta-feira (6) reivindicando melhorias no ensino superior no Estado. A manifestação teve início por volta das 15h na Praça da Imprensa e o objetivo do grupo era chegar até ao Palácio da Abolição, sede do Governo, para uma audiência com governador do Ceará, Cid Gomes. 

Entretanto, o percurso foi interrompido por uma barreira policial. Em meio a tentativas de negociação para que alguns representantes das universidades ultrapassassem a barreira policial, houve confronto entre manifestantes e policiais. Foram disparadas bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral. Alguns manifestantes responderam com pedras e derrubaram as grades de proteção. 

Manifestantes atearam fogo em vários momentos. FOTO: Lucas de Menezes 

Participaram do ato profissionais da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) que reivindicavam, entre outros assuntos, concurso público para professor efetivo, a regulamentação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) para professores e servidores e melhorias na infraestrutura dos campi. 

Após negociações com policiais que faziam a barreira na Av. Barão de Studart com Rua Pereira Filgueiras, 6 representantes das universidades conseguiram uma reunião com a Casa Militar no intuito de marcar uma audiência com Cid Gomes. Ao fim do encontro, a presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (SindUece), Elda Maciel, repassou aos manifestantes que havia fracassado a tentativa de audiência com o governador, que estava em Brasília. "O secretário explicou que não podia marcar uma audiência com o governador e que iria passar para chefe de gabinete tentar marcar. Ele disse que não podia garantia que ia ser feito". 

O governador e o prefeito Roberto Cláudio participaram, nesta quarta-feira (6), em Brasília, do lançamento do bloco parlamentar formado pelo PROS e pelo PP. 

O grupo marchou até o Palácio da Abolição, sede do Governo Estadual, ao som de tambores e apitos. O trânsito foi bloqueado pelos manifestantes nos dois sentidos da Av. Desembargador Moreira durante a passeata. Depois o grupo seguiu pela Rua Padre Valdevino e, em seguida, na Av. Barão de Studart.

Desde o início, pessoas mascaradas ficaram na linha de frente dos manifestantes. A movimentação do grupo foi acompanhada de perto por um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer). 

Funcionários de diversas lojas fecharam as portas enquanto o grupo passava. Apesar da tentativa de proteção dos lojistas, a vidraçaria de uma concessionária de veículos foi quebrada e as fachadas de diversas lojas foram pichadas por manifestantes com rostos cobertos. 

Integrantes do Sindicato dos Docentes da Uece, principais organizadores da manifestação, se distanciavam do grupo toda vez que os mascarados realizavam as pinturas nas paredes. "A gente não sabe de onde eles vieram. Esse pessoal entra em toda manifestação, não tem mais como controlar. Para nós, não interessa o confronto", disse Elda Maciel, presidente do Sindicato. 

Barreira policial impediu a chegada de manifestantes ao Palácio 

Um grande contingente de policiais foi deslocado a uma barreira formada no cruzamento da Avenida Barão de Studart e a Rua Pereira Filgueiras. Por volta das 17h35, um confronto entre policiais e manifestantes teve início. Foram disparadas bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral. 

Durante o confronto, integrantes do Sindicato dos Docentes da Uece pediam calma aos policiais e manifestantes. Em nota, o Governo do Estado informou que está disposto a retomar a negociação com os representantes da Uece e da Urca após o retorno das atividades acadêmicas. Já quanto às reivindicações da UVA, o Governo declarou continuar aberto ao diálogo em busca do entendimento. 

Professores em greve Os professores da Uece estão em greve desde o dia 29 de outubro. Já a Urca deliberou a greve em assembleia realizada na última terça-feira (5). Está marcada para a próxima sexta-feira uma assembleia na UVA, em que será votado se a universidade entra também de greve ou não.

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