sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Carência de 540 professores efetivos nas Universidades estaduais


Levantamento feito pelas universidades estaduais aponta a carência de 540 professores efetivos. Somente na Uece, são 204. O Sinduece participa hoje do Dia Nacional de Luta para reivindicar novas contratações

Viviane Gonçalves vivi@opovo.com.br 14 Ago 2009 - OPOVO


A carência de 540 professores efetivos tem prejudicado as atividades nas universidades estaduais do Ceará. Professores sobrecarregados, projetos de extensão e pesquisas prejudicados, atraso no cronograma e até falta de aula. Para a presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece), Lia Matos, a situação está insustentável. “O número dos professores efetivos não acompanhou o aumento de cursos e alunos nas universidades. Os professores substitutos estão cobrindo a função de professores que não existem”, denuncia. Segundo o levantamento feito pela reitoria das três universidades estaduais há uma carência de 540 professores efetivos, sendo 204 na Universidade Estadual do Ceará (Uece). Na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) faltam 194 professores efetivos e 142 na Universidade Regional do Cariri (Urca). De acordo com o pró-reitor de Planejamento da Uece, Vladmir Spinelli, os números foram enviados pelos centros e faculdades das três universidades e ainda precisam passar por uma vistoria. “Sabemos que existe a falta de professores efetivos e estamos consolidando os dados”, afirma. A previsão é de que até a próxima semana, todas as carências estejam contabilizadas para serem enviadas ao governador Cid Gomes. Um dos problemas apontados está relacionado à carência inesperada. “Ocorre a perda de professores, mas a reposição não consegue ser feita com a agilidade necessária. A situação se agrava porque ocorre a falta de professores inesperadamente”, avalia. No último levantamento feito pela Uece, entre 2007 e 2009, foram 44 professores aposentados, 13 exonerados, 4 mortos e apenas 28 novas nomeações. “Houve então a redução de 34 professores efetivos”, contabiliza Spinelli. Ele explica que os dados sobre as carências de professores efetivos que será levado ao governador também vai incluir um levantamento parcial sobre a carência futura para o período de 2009/2012. Atraso O universitário Natan dos Santos, 22, diz que a falta de professores já virou rotina e que tem influenciado diretamente no atraso da conclusão do seu curso. Ele lembra que no semestre passado a disciplina de Teorias e Críticas, de Ciências Sociais, foi bastante prejudicada. “Só fui ter aula no meio do semestre quando arranjaram um professor substituto. As aulas eram repostas no sábado e todo mundo acabou sendo sobrecarregado”, conta. Os cursos de Administração, Computação, Serviço Social e Física são apontados pelos estudantes como os mais prejudicados. Segundo o professor Eudes Baima, vice-presidente do Sinduece, a carência está consolidada. “Mesmo que em graus diferentes, todos os cursos são afetados”, diz.

E-MAIS

>Representantes do Sinduece e estudantes também reclamam sobre a falta de estrutura e segurança no campus.

> Hoje, eles vão se juntar a outras sindicâncias no Dia Nacional de Luta. A manifestação é em defesa do emprego, da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e a defesa dos direitos dos trabalhadores. > A programação começa às 8 horas, na Praça do Ferreira, segue até a Coelce e termina na Uece, no campus do Itaperi

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